Foi-se embora o amigo
que um dia riu de meus pecados,
Isolando-se do mundo
que ainda hoje o venera.
Deixou sua marca em
seus pupilos pregando belas utopias,
Mas um dia omitiu-se da
vida, partindo atrás de outros sonhos.
Dificilmente se explica
o porquê de admirá-lo,
Culpo minha ingenuidade
por crer em ilusões funestas.
Escondi-me no abismo,
mas ele jogou a corda,
E eu, incauto, segui a
estrela que brilhava no céu azul de suas palavras.
Ao me ler nesses versos,
estou certo que entenderá,
O quão precioso foi
para a formação da minha consciência.
Mas não se preocupe:
escrevo com o sangue que aos poucos elimino
Das minhas veias
fustigadas, entulhadas por tolos sonhos.
Suas ideias hoje não servem,
adquiri autonomia.
Entretanto dói-me ainda
o peso da sua ausência.
Dizem que você mantém
as esperanças que me encantaram,
Pois duvido que se mova
para poder realizá-las.
Lembre-se dessas palavras
depois de passar pela fogueira,
Depois de deixar a
Terra, abandonar a juventude.
Não tema o tempo em seus
cabelos que aos poucos se embranquecerão,
O tormento mais sofrido vem de sonhos jamais realizados.
Fernando Costa e Silva
Nenhum comentário:
Postar um comentário