sábado, 29 de junho de 2013

An American Love, An American Suffering


        Darling, I will always love you. Sometimes I think about our condition, about your voluntary jail, and I feel that I am a complicated man, because I love a forbidden girl and this love occupies me, but I can't forget our feeling and I don't want to be different with you.
However, you think that to be without me is better for us. I disagree, but what can I do? You said that the life is yours, and I can't change your opinion with my words. I just wanted to be happy like a gardener with his garden or a photographer with his art. I love you and I feel that my soul is crumbling and my heart is aching and nothing can change this.
When I enter in a classroom, I imagine that you could be my student. The time would go pass quickly, and I would to be a good teacher to hold your attention. My racionality asks me: Why much suffering? There is dedicating their strengths in the wrong direction?
Maybe I'm doing it all wrong and I'll be the most affected in the end. Maybe I should change my posture, be less sensitive. My opinions it seems totally wrong. My destiny is to suffer.
When the moon comes up and the people return to their houses, I think that you could be with me. In my bed, I see your body's picture and my body easily gets excited.
Oh, darling, these things are very strange. I find the reason in my dreams and I understand that we'll never be together. But when I wake up, still sad because of my dream, I say to myself that I can't stay without you. I cling to a beautiful illusion builded across our frank words. Let it be, my princess. Don't forget: I love you.
I'll try to forget you. I need to like more than I am. I have a lot of beautiful dreams and I believe I can realize them. I hope by the end of this storm. I want meet the people and don't feel angry of them. I want to learn with the mistake of loving you. I have many things to talk, but I think that's enough. I bury my broken heart. I want to forget this suffering fool.
Fernando Costa e Silva


quarta-feira, 26 de junho de 2013

Hoje não há poesia.

Não há poesia nesta vida minha.
Não há poesia. Repito:
não há poesia.

Tudo tão pesado.
Oito meses,
universos pesados.
O sonho pesado.
O todo poético pesado.
Tudo à beira do abismo das palavras,
destas palavras,
de todas.

Não quero ser o homem sem moral.

Eu sou o homem sem moral.

E o orgulho deixou.
Fartou-se.
Fugiu, sem deixar carta de amor.

Reafirmo:
Não há poesia.
Não há, não deve haver.
Só esta regurgitação eterna.

Eterna, mas não é poesia. 

João Gonçalves

domingo, 23 de junho de 2013

Apuleio

Estás intimado.
Compareça,
No dia e horário marcado,
Frente ao juiz da comarca
Para que esclareças o caso surgido,
E respondas: és mago ou charlatão?
Se fores mago, por que sois se é proibido?
              
Escreveste uns versos,
Seduziste uma dama.
Acaso pingaste a mágica
Nas palavras que o papel resguardou,
Vindas da ponta de tua pena?

Tell me the truth,
rascunho de sábio.
Achas que permanecerão impunes
Tuas vis atitudes
Contra a moral de nossa província?
Ao fim e ao cabo, serás mais um condenado,
E te reeducaremos através
Da mão pesada da justiça.
Feiticeiro da linguagem,
Poupe meu tempo, entregue-se às algemas.
Em poucos dias, serás só mais um crucificado.

Fernando Costa e Silva


quarta-feira, 19 de junho de 2013

Aqui jaz um país

Os gritos
do país menino
ecoam
e guiam
o povo do país menino.
O país menino já chorou muito.
Já apanhou, levou calço.
Já dormiu por anos e anos a fio.
Já teve namorada e amigos.
Já se desfez da vida.
Já teve aves que gorjeiam.
Já torceu pro time campeão.
Já perdeu-se.

Falam muito do país menino.
-“País menino isso! País menino aquilo!”
Mas o menino não tinha ouvidos,
e sofria de indigestão.
Gestão dos senhores senhoras que congestionavam os recursos parcos advindos
                                                       da classe pobre trabalhadora explorada ralé mal-cheirosa     
                                                       financeiramente desprovida alegremente acomodada.
Mesmo assim todos sorriem para o presidente americano.

-“ Ah, país menino, por que é assim, tão desconfiado?”

O menino cresce,
Homem, pega em armas.
De manhã é sonho,
Herói à tarde.
Noite, nem Deus sabe ao certo.

Logo, acorda:
- “Acorde, país menino!”
Como dizia,
“Felicidade geral da Nação.”
Nesse começo,
tão fim quanto qualquer final.

João Gonçalves

domingo, 16 de junho de 2013

Espectro sem Fronteiras


Deixamos a inércia,
Mas caminharemos para onde?
Muitos falam que a única bandeira que deve ser erguida,
É a da paz, branca como as fraldas de uma criança.

Quais suas intenções, defensores do pacifismo?
Promoverem reformas através de exigências
Ou abrir espaço para o abuso de poder,
Pela continuação de modos que inoperam?

Pois eu creio que poderemos ir mais fundo,
Já cutucamos a onça, é hora de amansá-la,
E isso não será feito através do cultivo de rosas brancas.
Vamos, é tempo,
Amigos, às armas!

Amada, convoco-lhe.
Quero lutar pela esperança,
Em nome dos sonhos que idealizamos.
Dessa vez não deixarei a marcha.
Me excite, minha amada,
Mas me excite para a guerra.
Esteja comigo na luta. Divida meus temores.
Ocupe meu coração e parte de meus pensamentos.

Fernando Costa e Silva


quarta-feira, 12 de junho de 2013

Verso Morto

À boca da morte,
seres estúpidos encontram-se
e conversam sobre coisas incompreensíveis.
As vozes mórbidas sufocam qualquer tentativa (fértil)
impetuosa de luz e vida.

Horríveis fantasmas de carne e osso,
o feroz ranger de dentes escapam-lhe às palavras,
e sombras libertas antecipam os corpos.
Não precisam o calor, a podridão ou a curiosidade das causas futuras.

Invariáveis impacientemente posicionados,
frente às dúvidas e pertinências de todas as eras,
devoram velozmente a ignóbil razão humana,
e destituem estes nefastos povos da infiel esperança já perdida.

Estáticos lúgubres,
cospem sobre o sentimento do mundo,
e avacalham qualquer romance
ou poesia majestosamente composta.

- Psiu! Escutem,
o farfalhar desta filosofia alho-poró.
Queimem-se fogo morto, bestas.
Estarei aqui, à brincar fazer palavras.

João  Gonçalves

domingo, 9 de junho de 2013

Juventude

            Quase cinco da matina e os caras não conseguiam pregar os olhos. O show acabou as três, mas os gritos da plateia permaneceriam em seus ouvidos durante um bom tempo. Em cima do palco, cinco sujeitos extasiados pelo álcool e pela bagunça. Nunca se sentiram tão bem assim. Nunca mais deixariam de agir assim.
            Tedd caminhava depressa, parecia fugir dos problemas que o dia seguinte estava lhe preparando. Os rapazes apoiavam-se uns nos outros, cantarolando e espantando os gatos, chutando latas, como se quisessem que o mundo inteiro soubesse que eram jovens e estavam dispostos a tudo para continuarem alegres. Tedd era o mais careta, mas quando sentia-se à vontade, parecia unir o céu nublado e distante com a podridão urbana através de sua guitarra.
            Não eram jovens comuns, pois tinham consciência dos problemas da sociedade. Os arranjos simples das canções, o figurino desleixado e a falta de perspectiva pelo futuro eram sua maneira de portar-se frente à miséria do mundo moderno. Não mais Deus, não mais país e acima de tudo, amor livre.
            O Sol estava despontando quando alcançaram uma praça, e ali sentaram por um tempo até voltarem a ter forças. Fumavam um cigarro atrás do outro. Tedd quis falar sobre as garotas do camarim, ressaltando o comportamento que elas tinham por estar tão perto deles. No fundo se achava digno daquilo. Pregava o ódio pela hipocrisia, sentia asco das relações pautadas por mentiras e “não me toques” babacas. Entretanto, as garotas eram diferentes, pareciam acumular as benesses do mundo embaixo de vestidos pretos e meias calças rasgadas. Nenhuma mulher precisava ser perfeita, o importante era ter cabeça, manter uma conversa com um cara durante mais de cinco minutos, saber quem foi a Nico, quantas mulheres Ringo teve, etc.
            Tedd reparou que levava os brincos de uma fã em um dos bolsos da jaqueta. Sentiu-se inquieto com o que aquilo simbolizava. A cidade voltou a movimentar-se, mas seus corpos pediam cama, desde que após outra dose de conhaque. Não importa o que iriam pensar deles. Eram jovens e vieram ao mundo para isso: fazer a diferença. Quem conseguisse alcançá-los entenderia que não há possibilidade nenhuma de um dia voltarem atrás. A história pede atitude e o mundo é feito de pequenos fachos de luz daquilo que desde sempre conhecemos pelo nome de liberdade.


Fernando Costa e Silva

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Maldita e Urgente Primavera

A folha cai.
Folha que cai.
Esta prestes a cair.
Olhem! Esta caindo.
Objetivo é o chão.
Chão é objetivo.
Do chão não passará.
Chão é plenamente atingível.
Vento é obstáculo.
Para outros, incentivo.
Preparou-se para a queda.
Desde jovem, preparada.
Preparada teoricamente desde gérmen.
Pensou, insurgiu, aguardou.
Descobriu desculpas para cair.
Argumentou, construiu.
Combateu o pensamento tradicional,
impôs condições.
Tudo com um objetivo previamente delimitado.
Lembrou-se dos eventos memoráveis da vida,
das paixões, dos advertimentos,
dos soluços e alegrias momentâneas.
Da juventude desgastante,
do envelhecimento precoce.
De tudo, pois iria cair.
O fim se aproxima.
Está se aproximando.
Chegou.
Tomou-a.
Instantes finais de uma vida de altos e baixos.
Mais altos mais baixos.
Mas, sem sentido,
como qualquer folha.

Agora ao chão,
logo pó.

Do pó ao vento,
todas as esperanças bestiais se levantam
e carregam.
Levam-na.
Desfaz-se.
Agora é recomeço.



 João Gonçalves

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Palavras Encharcadas

Eu realmente não sei o que dizer.
Meu coração dói, minha alma está atormentada,
Meus sentidos se embaralham,
Minhas obrigações pedem uma atitude.
Entretanto, eu não sei o que dizer.

O que fizemos foi tão bom,
Lembra-se com a mesma intensidade que eu?
E os sorrisos que trocamos?
Na verdade, foram poucos sorrisos,
Nos meus olhos sempre uma sentença de aviso:
Não é minha.

Embriagado, eu pensava em ser Werther.
E em meus sonhos, apenas uma vez imaginei que pudéssemos ser felizes.
Veja, até meu inconsciente está conformado com a solidão.
Que chato, todos percebem isso, me tratam com indiferença.

Eu estava louco e pensei que fosse um monstro,
Mas no fundo sabia que não passava de um impulso.
Nos lembraremos disso, talvez com o ódio de mil bocas
Que gritam estressadas com o fracasso de seus sonhos.

Depois de tudo eu amo, como posso sentir isso?
Parece que a minha condição nesse mundo é sofrer,
Idealizar mil fantasias que servirão apenas para meus versos.
O que direi de mim quando meus planos ocuparem as horas?
Sentirei raiva pelo tempo perdido?
Arrependimento pelo que não fizemos?
O que você sentirá?

Certas pessoas parecem esforçar-se
Esforçarem-se para gerar a discórdia.
Corações desiludidos? Ah, sempre teremos oportunidade,
Mas o que mais dói, aquilo que realmente emociona
É saber que a imagem mais linda, a voz mais doce, os gestos mais delicados
Não substituem as qualidades de quem realmente amamos.

Fernando Costa e Silva

domingo, 2 de junho de 2013

Prédio Prisão

 Há um monstro em mim.
Camaradas e desavisados.
Tão farto de tudo,
que fartou-se de si.

As lágrimas metálicas,
a voz inquieta,
o espírito inquieto.
Alimenta-se da ausência,
e alimenta-a.

Faz da tua fonte
aquela que fornece,
o fogo, a carne, o sonho.
O sorriso, o esconderijo,
o cegar de dor e prazer.

Mas, desistes,
e atira-se,
do ponto mais alto,
que o sonho pode alcançar.

Não és restrito, monstro,
não escolhes a morbidez,
ou este mundo parcial.
Clama a morte benfazeja.
Ou a razão, a moral, os princípios.
Não denigres, não ridicularizas,
não forjas a necessidade social.

Mas até poetas,
sem suas flores,
são qualquer outro pior homem deste mundo.

João Gonçalves