O
grande vazio que me toma,
Preencheu-me.
Tornou-se
parte de mim.
Já
não sei existir.
Em
todo e qualquer devaneio.
Em
todas as fúnebres recaídas.
Nos
inúmeros clamores por tua presença.
Morro.
São mortes cotidianas. Acostumei-me.
Adoeço
sem notar.
Meus
olhos tornaram-se fontes.
Durmo
por três ou quatro dias inconsciente.
Eu
me tornei o vazio.
Não
sinto emoções.
Não
me importo com o que ocorre.
Não
vejo mais o que faço.
Tudo
é um extenso vazio.
Até
que reascende a chama. Memórias pousam.
Sinto-lhe
em meu corpo. Coro.
Tento
voltar ao vazio. É inútil.
Atiro-me
da janela uma outra vez. Outra morte.
E
eu me tornei o vazio.
João Gonçalves
Nenhum comentário:
Postar um comentário