quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Chamada




Apressa-te em amar tuas fadas, mancebo.
Não vês que está chegando a hora?
Nunca mais usufruiremos das maravilhas desta terra.
Nossa aventura se encerra com a queda das estrelas.

Por quais caminhos percorreste até chegar a este?
Quantos corpos doentes atrapalharam teus domínios?
Quantos lábios sedentos imploraram por um beijo,
Desejosos dos talentos que carregas contigo?

Lembra-te dos maus momentos que viveste.
Compartilhe tuas mais profundas tristezas.
Amanhã não mais estaremos,
Nem aqui, nem em outra era.

Apressa-te, mancebo, conta-nos tuas tragédias!
Ame logo tuas fadas, ressuscite para o fim,
Ressuscite tuas malditas quimeras!

Fernando Costa e Silva

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