domingo, 22 de dezembro de 2013

O Vulgo do Complexo

És complexo,
Mas temes a perda
De um braço, de uma perna.
Temes ser demolido
Pela ignorância. Quanta ignorância!

Não sabes nem dizer direito
O que queres, quem desejas.
Repreende tuas próprias vontades,
Desconheces o bem estar de ser livre.

Deixai o pudor,
O vocabulário forjado,
A escolha das melhores palavras.
Quase todas as ocasiões
Pedem mais atitudes do que palavras.
Essas sim são as mais adequadas.


Fernando Costa e Silva

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Ode ao Poeta dos Fins dos Tempos

Os poetas dos fins dos tempos
Estão dispostos à matar por rima
E a morrer por causa inviolável.
Estão vomitando sua apreciação crítica
Sobre o homem moderno
E sua cabeça invisível.

Os poetas dos fins dos tempos
Estão cantando contra a estupidez das esquinas
Das quinquilharias, dos amores induzidos, das campanhas publicitárias.
Estúpida, esposa mãe de seus filhos
Pequenos seres estúpidos e indigestos que propagam-se por entre os outros.

Os poetas dos fins dos tempos
Estão botando ponto
No fim de todas as frases.
Chega de alheamento
Fim às mentalidades majoritárias
Basta de tormentos à longo alcance.

Os poetas dos fins dos tempos
São os mesmos poetas dos fins dos tempos
Que acordam cedo
Que vivem bêbados
Que botam fogo nos olhos.

Os poetas dos fins dos tempos
Ultrapassaram o fim dos tempos
E com seus riscos, anáforas e balas na agulha
Sugerem com sua rude conduta
Que vocês, imediatamente, se matem.


João Gonçalves