Escrevi
o último poema.
O
último rancor tomara-me.
Chorei
as últimas lágrimas.
Aquele
era o último dia.
Fumei
um último cigarro.
Pela
última vez sussurrei “eu te amo” a uma mulher.
Tentei
ler as últimas páginas de um livro.
Aquele
era o último dia.
Sorri
pela última vez à moça do balcão.
Ouvi
a última música.
Fui
o último sacrilégio familiar.
Aquele
era o último dia.
Oh,
meu amor.
Escute-me
bem: sorria.
O
ontem não existiu.
E
o amanhã começa agora.
João Gonçalves
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