Queime
como meus nervos,
Suma
feito fumaça.
Sinto
dores terríveis quando penso que os homens,
Em
seu afã de poder, cometem as mais vis desumanidades.
Pareceu
como que tomada de uma força
Que
quisesse expulsar qualquer coisa que me mencionasse.
Era
a força da ira frente a multidão revoltosa.
O
patrão ficou pasmo com o disparate e temeu a tortura.
Estúpida
como sempre fora, mostrou quem era realmente.
Amor
com prazo de validade? Amor sem coragem de loucura?
Parte
dos companheiros voltou-se contra a turba,
Aliando-se
aos senhores que pediam nossas cabeças.
E
aos poucos, o tempo vai curando minhas feridas.
Espero
que logo passe, que eu erga a cabeça.
Tomaram
nossos sonhos, queimaram nossas bandeiras,
Enjaularam
os meus camaradas e implantaram a ditadura.
Fernando Costa e Silva