Há um monstro em mim.
Camaradas e desavisados.
Tão farto de tudo,
que fartou-se de si.
As lágrimas metálicas,
a voz inquieta,
o espírito inquieto.
Alimenta-se da ausência,
e alimenta-a.
Faz da tua fonte
aquela que fornece,
o fogo, a carne, o sonho.
O sorriso, o esconderijo,
o cegar de dor e prazer.
Mas, desistes,
e atira-se,
do ponto mais alto,
que o sonho pode alcançar.
Não és restrito, monstro,
não escolhes a morbidez,
ou este mundo parcial.
Clama a morte benfazeja.
Ou a razão, a moral, os princípios.
Não denigres, não ridicularizas,
não forjas a necessidade social.
Mas até poetas,
sem suas flores,
são qualquer outro pior homem deste
mundo.
João Gonçalves
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