segunda-feira, 3 de junho de 2013

Palavras Encharcadas

Eu realmente não sei o que dizer.
Meu coração dói, minha alma está atormentada,
Meus sentidos se embaralham,
Minhas obrigações pedem uma atitude.
Entretanto, eu não sei o que dizer.

O que fizemos foi tão bom,
Lembra-se com a mesma intensidade que eu?
E os sorrisos que trocamos?
Na verdade, foram poucos sorrisos,
Nos meus olhos sempre uma sentença de aviso:
Não é minha.

Embriagado, eu pensava em ser Werther.
E em meus sonhos, apenas uma vez imaginei que pudéssemos ser felizes.
Veja, até meu inconsciente está conformado com a solidão.
Que chato, todos percebem isso, me tratam com indiferença.

Eu estava louco e pensei que fosse um monstro,
Mas no fundo sabia que não passava de um impulso.
Nos lembraremos disso, talvez com o ódio de mil bocas
Que gritam estressadas com o fracasso de seus sonhos.

Depois de tudo eu amo, como posso sentir isso?
Parece que a minha condição nesse mundo é sofrer,
Idealizar mil fantasias que servirão apenas para meus versos.
O que direi de mim quando meus planos ocuparem as horas?
Sentirei raiva pelo tempo perdido?
Arrependimento pelo que não fizemos?
O que você sentirá?

Certas pessoas parecem esforçar-se
Esforçarem-se para gerar a discórdia.
Corações desiludidos? Ah, sempre teremos oportunidade,
Mas o que mais dói, aquilo que realmente emociona
É saber que a imagem mais linda, a voz mais doce, os gestos mais delicados
Não substituem as qualidades de quem realmente amamos.

Fernando Costa e Silva

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