sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Guinevere


Corações feridos jamais cicatrizam
E se escondem em casa em dia de festa.
Um dia surgiu uma moça
E o mundo me foi apresentado à sua maneira.

Ela conhece o abandono
Sempre esteve pronta para novas realidades.
Ao dizerem que dela nada sabiam
Ela sorriu,
Mas se calou
Enquanto a fumaça
Preenchia meus pulmões.

Nem o rei, nem o cavaleiro,
Não há quem compreenda
O que a ela interessa.
Arthur não foi vítima do acaso
Nem o destino cobrou
Por qualquer desvio
De suas virtudes.
Não era para ser.
Arthur acostumou-se com o que foi
E se sente bem com o que ainda é.

O cavaleiro era mais forte
Arrependeu-se do passado,
Mas não nega sua importância.
Sua família está longe, trouxe apenas suas armas.
Tornaram-se amigos.

Impossível olhar para dentro e não sentir o desejo.
Procuram por ela, mas só encontram saudade.
Guinevere deixou este mundo
E agora observa as maravilhas das eras
Enquanto o coelho
Segura o relógio
E corre em desespero
Por estar atrasado.

Fernando Costa e Silva

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