quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Crepúsculo dos Vampiros Sensíveis



Vampiros,
Minha amada anda estranha
Desde que afiadas presas marcaram seu pescoço.
Além de estar pálida e ter constante enxaqueca,
Não para de exigir maior amor da minha parte.

Confesso não ser o rei da sensibilidade,
Mas nunca deixei de lhe dar carinho.
Acontece que ela contesta a verdade por trás de tudo
Que eu diga ou faça.
Acredita que eu não a amo de verdade,
E me julga incapaz de enfrentar outros por ela.

Entretanto,
Ela está erradíssima,
Pois eu detesto o lobisomem que diz
Ser seu amigo.
Sei bem suas reais intenções.
Homens como ele, que costumam uivar à noite,
São guiados puramente pelo instinto assassino.

Vocês são os responsáveis pela crise sentimental
De minha mulher, vampiros sensíveis!
São culpados por tê-la feito pensar
Que os homens são como esses novos seres sombrios,
Que são capazes de fazer concessões,
E dar liberdade a quem prezam sem sentir ciúme.
Eu não sou assim e não me mortifico,
Pois sei que sou imperfeito e nem por isso amo menos.
Pelo contrário, quero muito a minha dama.

Vocês, vampiros, tinham que aparecer à luz do dia!
Tudo andava tão bem enquanto os considerávamos vilões...
Sumam de nossas vidas!
Deixem que os humanos amem como humanos,
Pois os erros nos definem e nos distinguem
Daqueles que se julgam divinos,
Mas não passam de belos fantoches.

Fernando Costa e Silva


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