Vampiros,
Minha
amada anda estranha
Desde que afiadas presas marcaram seu pescoço.
Além
de estar pálida e ter constante enxaqueca,
Não
para de exigir maior amor da minha parte.
Confesso
não ser o rei da sensibilidade,
Mas
nunca deixei de lhe dar carinho.
Acontece
que ela contesta a verdade por trás de tudo
Que
eu diga ou faça.
Acredita
que eu não a amo de verdade,
E
me julga incapaz de enfrentar outros por ela.
Entretanto,
Ela
está erradíssima,
Pois eu
detesto o lobisomem que diz
Ser
seu amigo.
Sei
bem suas reais intenções.
Homens
como ele, que costumam uivar à noite,
São
guiados puramente pelo instinto assassino.
Vocês
são os responsáveis pela crise sentimental
De
minha mulher, vampiros sensíveis!
São
culpados por tê-la feito pensar
Que
os homens são como esses novos seres sombrios,
Que
são capazes de fazer concessões,
E
dar liberdade a quem prezam sem sentir ciúme.
Eu
não sou assim e não me mortifico,
Pois
sei que sou imperfeito e nem por isso amo menos.
Pelo
contrário, quero muito a minha dama.
Vocês,
vampiros, tinham que aparecer à luz do dia!
Tudo
andava tão bem enquanto os considerávamos vilões...
Sumam
de nossas vidas!
Deixem
que os humanos amem como humanos,
Pois
os erros nos definem e nos distinguem
Daqueles
que se julgam divinos,
Mas
não passam de belos fantoches.
Fernando Costa e Silva
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