quarta-feira, 17 de julho de 2013

Ele é um tremendo mentiroso.

Não, não amo
não vivo do amor
não penso sobre amar
não busco nada inviável.

Não escrevo cartas
não me desfaço em prantos.
Não desisto, justamente por nunca querer.
Não me iludo, justamente por nunca esperar.
O que é justo neste mundo descabido?

Não me desespero
nem me angustio
não tenho cortes profundos
não persigo
nem ao menos pertenço a romances.

Sou o puro desgosto carnificado.
Não apresentem
ou se preparem.
Alhures, não componho este mundo.
Não vou, em vão, preencher o vazio.
Em vão, digo e torno:
Amor, sentimento contornável. 

João Gonçalves

Nenhum comentário:

Postar um comentário