segunda-feira, 18 de março de 2013

O Ressentido



Olho-me no espelho,
Procuro justificativas.
O erro não foi meu e
Mesmo assim padeço.
A culpa não é minha!

Pagarei com meu sangue o sofrimento
De quem diz me amar.
Entretanto, exercerei como vingança:
O calor que me alimenta é o remorso,
Não a gratidão.

Cortam-me profundamente esses versos,
Antes de ferirem quem desejo.
Estou só e confuso,
Cercado por aqueles
Que escolhem o certo para a minha vida.

Dane-se o carro do ano, a roupa da moda, a compra inútil.
Quero dizer não aos que me censuram.
Todavia, ainda que essa atitude torne-se assunto entre os anjos,
Pressinto a morte e o apagar das estrelas.
Saúdem quem teme seus próprios planos
E engole os pecados dos indivíduos mais fortes.

Fernando Costa e Silva

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