Ao ourives combalido que
teve um dia agitado
Péssima notícia:
O diamante omitiu seu
brilho,
Voltou a ser como era,
Tornou-se pedra esquecida.
Caros senhores, o
desencantamento obtém a vitória,
Outra vez. Talvez deva ser
assim sempre,
Para a vida do ourives,
idólatra de possibilidades.
Desta vez a Lua, joia mais
distante e preciosa,
Pareceu tão perto! Julgou
vencida a saudade.
Zomba de si em seus versos,
O pobre ourives, que finge
ser vítima,
Do amor que por suas mãos
foi lapidado.
Desbravador atravessou o
muro,
Ignorando o politicamente
correto.
Ser amigo de quem se ama
É dolorido. O que fará de si
o sujeito
Esperançoso e ingênuo,
Que não se conforma com o
silêncio?
Que a pedra perdida ignore
seus versos,
E se aconchegue em outros braços.
Essa orquídea, que guarda em
si a beleza da chuva,
Fincará suas raízes aonde se
encontra.
Pálida e pequena, quase sem
vida,
Consumirá a si própria
E murchará de saudade.
Para onde, ourives, pedreiro
das palavras,
Para onde vão as mágoas que merecem
ser esquecidas?
Fernando Costa e Silva
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