segunda-feira, 11 de março de 2013

Boletim Extraordinário



Ao ourives combalido que teve um dia agitado
Péssima notícia:
O diamante omitiu seu brilho,
Voltou a ser como era,
Tornou-se pedra esquecida.

Caros senhores, o desencantamento obtém a vitória,
Outra vez. Talvez deva ser assim sempre,
Para a vida do ourives, idólatra de possibilidades.
Desta vez a Lua, joia mais distante e preciosa,
Pareceu tão perto! Julgou vencida a saudade.

Zomba de si em seus versos,
O pobre ourives, que finge ser vítima,
Do amor que por suas mãos foi lapidado.
Desbravador atravessou o muro,
Ignorando o politicamente correto.

Ser amigo de quem se ama
É dolorido. O que fará de si o sujeito
Esperançoso e ingênuo,
Que não se conforma com o silêncio?

Que a pedra perdida ignore seus versos,
E se aconchegue em outros braços.
Essa orquídea, que guarda em si a beleza da chuva,
Fincará suas raízes aonde se encontra.
Pálida e pequena, quase sem vida,
Consumirá a si própria
E murchará de saudade.
Para onde, ourives, pedreiro das palavras,
Para onde vão as mágoas que merecem ser esquecidas?
Fernando Costa e Silva

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