quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Sábios e Diletantes




Entre os cultos, existem aqueles cuja insegurança em relação ao mundo faz com que se enclausurem entre as quatro paredes de sua própria consciência. Mostram-se como os detentores da verdade absoluta: são homens incontestáveis, cujas assertivas devem ser seguidas e difundidas aos quatro cantos do mundo. Entretanto, sua essência é um quarto escuro. Ainda que queiram a idolatria, omitem suas faces, escondem-se em suas camisas e choram à luz de velas. O diabo é seu vigia particular. São sábios, sábios alucinados.
Existem também aqueles cujo conhecimento é superficial, utilizado em campanhas de autopromoção e em calorosas conversas de boteco. Querem ser idolatrados, obter o reconhecimento dos catedráticos e o temor dos que os cercam. No fim das contas, não passam de diletantes: assistem ao Faustão no domingo e baseiam suas opiniões em jornais sensacionalistas e conversas informais. O que me surpreende é a capacidade de repercutirem suas falas, de angariarem fãs e serem grandemente reconhecidos. Para onde irei se não participar do programa da Ana Maria Braga? O que posso fazer se me preocupo em demasia com estas coisas?
É necessária minha posição em relação aos fatos e às circunstâncias que se apresentam. Não posso ignorar os diletantes nem os que se julgam superiores, pois a convivência social pode estar sendo maculada pela presença desses intransigentes. Minha juventude não permite que Oloares Ferreira ou Arnaldo Jabor continuem a formar a opinião dos trabalhadores que não tem acesso à verdadeira Humanidade. E se meu discurso tomou ares idealistas nesses últimos momentos, saibam que se trata de um engajamento louvável, cujos objetivos tem me preenchido. Adeus, sentimentalismo. Bem vinda, visão negra do mundo.

Fernando Costa e Silva

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