A moça sussurra, dilacera.
Transforma a própria voz num reduto do
eterno.
“Poesia é um bicho”.
Abordarei, aqui e agora, o fim como
temática sombria.
Fim como expectativa derradeira da dor.
Fim como visita inesperada,
sofrimento antecipado.
Mas, e a beleza clarificada das coisas findas?
Mas, e a beleza clarificada das coisas findas?
O romance findo,
o mistério desmistificado,
o livro lido,
o poema escrito,
a hora passada, o minuto contado.
E a beleza da moça, onde fica?
Fim não é do mundo.
Fim é seu, somente.
Faça dele o que bem entender.
Enquanto amantes desfilam seu grande e
interminável
amor
por entre as gentes,
e o imbecil finaliza seu último
poema inusitado.
Portanto, não se mate, eu imploro.
Apenas siga seu poema em linha reta.
João Gonçalves
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