sexta-feira, 12 de abril de 2013

Sussurros Indecentes



É desumano esse desejo
Que me corrompe, me faz tremer.
Quero aplacar a minha dor dando carinho,
E perder-me uma vez mais em teus suspiros.

Como viver,
Sabendo que queres, mas me rejeita?
Para onde vou sem teus delírios,
Sem a maldita esperança de possuir-te inteira?
Para onde irei ardente, o corpo quase em chamas?
Para a morte, refúgio dos solitários?

Deixe-me ter-te uma noite, mistério encarnado,
Sentindo tua pele na minha, afundando-me entre teus seios.
Que teu ventre seja a casa onde eu possa estar tranquilo
E a vontade do meu corpo seja acalmada entre teus braços.

Fernando Costa e Silva

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