quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Parsifal

 Para mudar a realidade,
Ouça-me, não há idade,
Crença, raça, idolatria.
Não há intolerância ao teu tipo sanguíneo.

Para mudar a realidade,
Ouça-me, por boa vontade,
Não podes ser ignoto ou extravio,
Ardiloso, deixas teu completo vazio. Deixas.

Para mudar a realidade,
Por mais que não compreendas,
Esqueça os ditos populares,
As cartas de amor, as dores da infância.

Não importa a tua ascendência,
Ou as diretrizes da tua razão.
Deixa-a, solenemente.
Devore tuas expectativas. Soletre as atitudes.

E interpele o comportamento.
Sempre corra nu por tua mente sã,
Suje as próprias infidelidades,
Destaque cada pequeno ponto da tua face.

Um salto dos comportamentos, atinja o próprio desempenho.
Seja o que nunca foi nunca.
Ou o teu poeta preferido.
O melhor redator das toalhas de mesa.

Portanto, se não ocorrer, descansas.
Volte à velha caixa das lembranças,
Queime-a, num impulso apenas.
Alcance a terra dos sonhos que esperam ser vividos. 

João Gonçalves

Nenhum comentário:

Postar um comentário