domingo, 17 de fevereiro de 2013

Leito



Imagino-te deitada
Sobre lençóis brancos, agulha presa na veia.
Pálida ao forçar gentileza aos visitantes,
Entediada com o mundo.

Com que frequência visita-te o teu amado?
Considero vital que ele se dedique à tua essência,
Mas aprendo a cada aurora: amor pede descanso.

Quem sabe sendo minha discípula,
Ouvindo o que aprendo, debatendo comigo,
Possamos contribuir para o meio em que vivemos?
Pois é disso, afinal, do que se trata a vida:
Sermos parte do quadro das grandes heresias.
Lembre-me de contar-te sobre o sábio que me chamou de egoísta,
Pois, segundo ele, minha arte é imitativa. Afinal, a arte imita a vida?

Estimo melhoras, senhorita. Cante e espere a solução dos dilemas.
Em casos de desordem natural do corpo,
Só o repouso soluciona.
Fernando Costa e Silva


2 comentários:

  1. Respostas
    1. Esse poema foi dedicado a uma amiga que passou um tempo no hospital. Entenda-o como uma homenagem. Qualquer discussão que queira estabelecer sobre nossos poemas, é só nos procurar. Obrigado pela leitura!

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