E deste pouco, pouquíssimo, que resta,
dou um último aceno:
“Desisto do que mais que me possa
matar”.
Minha pena é demais pro corpo
estilhaçado.
Eu não sou daqui
nunca fui de parte alguma
e não há morte a me pegar atrás da
porta.
Os monstros sumiram
as dúvidas se aquietaram
mas os tiros, (santos tiros), não
cessam
não hão de cessar.
Para todos vocês, marinheiros,
carrascos e falsos pilantras:
“Desisto do que mais que me possa
matar”.
Não há mais corpo junto aos membros,
e, repito, por que raios vim parar
aqui?
Eu não sou, não estou,
Não pertenço a estes grupos.
Não equivoquem-se
Nem se redimam. Ninguém se importa, ou
importará.
E termino por homenagear meus
assassinos:
“Desisto do que mais que me possa
matar”.
João Gonçalves
Uma irônica homenagem, é isso que merecem, e não somente os que nos amofinam, mas também as emoções que nos vitimizam. Pois não são só exteriores os motivos que nos levam ao sofrimento. Olhemos pra dentro de nós, procuremos melhoria, transformação, transmutação de nossas atitudes!
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