quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Alegria, Alegrai-vos.

 E deste pouco, pouquíssimo, que resta,
dou um último aceno:
“Desisto do que mais que me possa matar”.

Minha pena é demais pro corpo estilhaçado.
Eu não sou daqui
nunca fui de parte alguma
e não há morte a me pegar atrás da porta.
Os monstros sumiram
as dúvidas se aquietaram
mas os tiros, (santos tiros), não cessam
não hão de cessar.

Para todos vocês, marinheiros,
carrascos e falsos pilantras:
“Desisto do que mais que me possa matar”.

Não há mais corpo junto aos membros,
e, repito, por que raios vim parar aqui?
Eu não sou, não estou,
Não pertenço a estes grupos.

Não equivoquem-se
Nem se redimam. Ninguém se importa, ou importará.
E termino por homenagear meus assassinos:

“Desisto do que mais que me possa matar”. 

João Gonçalves

Um comentário:

  1. Uma irônica homenagem, é isso que merecem, e não somente os que nos amofinam, mas também as emoções que nos vitimizam. Pois não são só exteriores os motivos que nos levam ao sofrimento. Olhemos pra dentro de nós, procuremos melhoria, transformação, transmutação de nossas atitudes!

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