O operário está demolido.
Suas palavras expressam o rancor pelas ações do
passado.
Muitas vezes foi amado esse pobre idiota,
Mas perdeu-se no infortúnio de seu próprio egoísmo.
O poeta é um homem de extremos:
Não há meio termo: para ele é tudo ou nada.
Sua vida se consome – está apaixonado
Por uma estrela proibida que teima em brilhar mais
que outras.
Veja o operário machão: sua vida se resume à busca
pelos melhores prazeres.
Ainda assim ele rumina - sua alma está contaminada.
Diferente do poeta que apega-se aos mais absurdos
ideais.
Absurdos ideais
Que mortificam os homens sensíveis.
Um ponto em comum além do laço sanguíneo:
Os dois estão embriagados pela paixão que os
consome.
Para onde vão, homens estranhos,
Que lidam com a vida da pior maneira?
Para o abismo!
Essa vida não é nada.
Não passam de parcos exemplos do fim dos belos
valores.
Fernando Costa e
Silva